Educação Infantil é uma das áreas mais afetadas durante a pandemia de Covid-19, justamente porque, sem o aparato da sala de aula, a educação das crianças sofre uma defasagem e aumenta a desigualdade social.
De acordo com dados publicados pelo Unicef, mais de 97% dos estudantes ainda estão fora das salas de aula na América Latina e Caribe, o que significa 137 milhões de crianças e adolescentes com acesso limitado à educação.
Em declaração publicada no início do ano, Henrietta Fore, diretora executiva do Unicef, afirmou, em relação ao impacto do fechamento das escolas durante a pandemia: “Sua saúde, desenvolvimento, segurança e bem-estar estão em risco. Os mais vulneráveis entre eles sofrerão o maior impacto”.
Essa situação impacta significativamente tanto os estudantes quanto os professores e professoras, principalmente os da rede pública de ensino. Segundo o Unicef, “apenas um em cada dois estudantes de escola pública tem acesso a um ensino a distância de qualidade em casa”.

Desafios da Educação Infantil durante a pandemia 

São muitos os desafios enfrentados nesse momento, e o impacto é sentido por todos os envolvidos: crianças, pais e mães, pedagogos e pedagogas e profissionais do ensino.
Neste momento, destacamos algumas dificuldades trazidas pela Covid-19 e seus reflexos nos primeiros anos escolares. Confira:

Dificuldades de acesso à internet

Atualmente, 46 milhões de pessoas não têm acesso à internet no Brasil. A região com menor acesso à internet no país é o Nordeste, onde ainda existem 37,4% dos lares sem conexão à internet. Em termos das crianças em fase de educação infantil ou de alfabetização, apenas 23% possuem conexão com a internet.
Além da dificuldade da conexão, ainda tem o fator dos dispositivos digitais. Muitas famílias brasileiras sequer possuem aparelhos suficientes para suprir a demanda de trabalho e estudos em casa.
Essa realidade é um desafio para a Educação Infantil em tempos de pandemia, que se dá majoritariamente online, em momentos de restrições intensas. Quando não há conexão, a educação não consegue chegar.

Vulnerabilidade social

As dificuldades aumentam quando pensamos na desigualdade social no Brasil. As crianças com o desenvolvimento mais afetado são as que estão em situação de vulnerabilidade social.
Para termos uma noção, 37,6% dos lares não têm acesso ao saneamento básico, com água potável, esgoto e coleta de lixo. Esse número supera os lares que não possuem conexão à internet, citados no item acima.
Dificuldades quanto ao acesso à internet, apoio e acompanhamento familiar, estrutura para assistir às aulas e nutrição adequada podem ser grandes fatores que atrasam e interrompem o desenvolvimento educacional das crianças.

Saúde mental das crianças e dos educadores

Nesse último ano, com as medidas de contenção do vírus, uma em cada sete crianças e adolescentes passou a maior parte do tempo em confinamento, sem contato físico com o mundo externo, sob a pressão dos sentimentos gerados pelo medo da contaminação ou enfrentando perdas na família e entre amigos.
Essa situação fez com que aumentassem os sintomas relacionados à ansiedade, à depressão e ao isolamento entre todos: crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Com isso, o processo de aprendizagem é significativamente afetado, tornando mais árduo o processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil.
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Como sabemos, as atividades da educação infantil foram afetadas significativamente durante a pandemia, e a perspectiva é de que essas crianças sintam os reflexos desse período nos anos posteriores à educação.
Contudo, nesse processo, evidenciam-se a importância e a necessidade de profissionais da educação especializados em Educação Infantil. São eles, em conjunto com a comunidade, que conseguem agir de modo a minimizar os impactos da Covid-19 na educação das crianças brasileiras.