A Dra. Emmi Pikler foi uma pediatra húngara que revolucionou a educação na primeira infância ao criar a abordagem Pikler. Essa revolução se deu porque ela desenvolveu um olhar cheio diversificado para essa fase, respeitando a criança bem pequena em sua integridade. Devido a isso, quatro pilares embasam essa teoria, os quais, por sua vez, formam os dez direitos da criança segundo a abordagem Pikler. 

O primeiro pilar dessa abordagem é a permissão para a criança ter liberdade de movimento; o segundo se baseia na relação afetiva e na qualidade do cuidado; o terceiro  refere-se à consciência individual e coletiva; e o quarto está relacionado à garantia da vida saudável.  

Como dito, esses pilares originaram dez direitos. Para se aprofundar um pouco mais sobre os pilares e saber quais são os dez direitos, continue a leitura. 

Os quatro princípios da abordagem Pikler

Como apresentado, há quatro pilares que embasam a abordagem da Dra. Emmi Pikler:

  1. A liberdade de movimento é um pilar fundamental da abordagem Pikler. Ela diz que a criança deve mover-se livremente e explorar o ambiente ao seu redor sem interferências. Com essa liberdade, a criança desenvolve o seu físico com mais segurança, o que a ajuda a conquistar confiança e independência.  

Para encorajar a liberdade de movimento, os cuidadores devem oferecer um ambiente seguro e estimulante. Isso pode incluir espaço para rastejar, andar e correr, além de brinquedos que incentivem o movimento e a exploração. Ainda, os cuidadores também devem estar presentes e atentos às necessidades da criança, oferecendo suporte e encorajamento quando necessário.

  1. A relação afetiva e cuidadosa é um dos pilares fundamentais da abordagem Pikler. A relação cuidadosa significa tratar a criança como um indivíduo com suas próprias necessidades e desejos, respeitando a sua individualidade. Além disso,  é preciso oferecer a ela um ambiente seguro e acolhedor, com adultos atentos às necessidades da criança e que respondam a ela de maneira atenciosa e carinhosa.
  2. O terceiro pilar, relacionado à consciência pessoal e coletiva, diz respeito ao valor da regularidade e da estabilidade nos acontecimentos da rotina. A criança deve participar das situações que a envolvem e não deve ficar alheia às situações. Além disso, também se deve solicitar a participação dela nas decisões, para que descubra como se expressar e tomar decisões.
  3. O último pilar envolve a questão da saúde: não só a manutenção das necessidades essenciais, como garantia ao alimento e à higiene, mas também os fatores psíquicos. Deve-se também garantir que as necessidades de segurança e confiança também sejam supridas. 

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Os dez direitos da criança conforme a abordagem Pikler 

Em 20 de novembro de 1959, a Declaração dos Direitos da Criança reconheceu os pequenos como sujeitos de direito. O caminho para garantir que todos os tópicos preconizados se cumpram ainda é longo, mas se espera que a sociedade, a família e o Estado cumpram com esse dever. 

Para cumprir com a sua parte nesse acordo, a Rede Pikler Brasil apresentou dez direitos que toda criança deve ter segundo a abordagem Pikler. São eles: 

1º) A criança deve ser aceita com suas características individuais e merece ser compreendida, cuidada e protegida de qualquer forma de violência; 

2º) Os adultos cuidadores precisam oferecer uma relação atenta, cuidadosa e amistosa, considerando as necessidades físicas e psicológicas do pequeno;

3º) A criança tem direito a uma vida saudável, em todos os âmbitos, conforme suas necessidades individuais. Assim, deve receber alimentação, vestuário e momentos de descanso e lazer;

4) Os adultos devem oferecer cuidado pessoal sem pressa e delicado;

5º) As crianças têm direito à estabilidade pessoal, material e de condições de vida, com eventos previsíveis e claros para sua percepção;

6º) Os adultos não devem apressar o desenvolvimento da criança. Elas precisam de observação e incentivo conforme seu ritmo;

7º) As crianças têm direito à autonomia, ou seja, precisam se desenvolver livremente, explorando o seu ambiente com acompanhamento de um adulto zeloso e interessado; 

8º) A criança tem o direito de receber apoio para se sentir segura dentro de um grupo reduzido;

9º) A criança tem o direito de expressar suas emoções em um ambiente que a receba com empatia;

10º) Os adultos que cuidam da criança devem apoiá-la de forma que escola e casa formem uma ponte. Dessa forma, os pais podem acompanhar a sua rotina. 

Aprenda os dez direitos segundo a abordagem Pikler na prática 

Para garantir que a maioria desses direitos sejam aplicados, é importante que a família se envolva no processo de ensino-aprendizagem da criança. Mas, além disso, é importante que o professor esteja munido de todo o conhecimento necessário para garantir o real aproveitamento da criança. 

É para preparar o profissional para essa prática que a Faculdade Phorte oferece o curso de pós-graduação Educação Infantil numa Perspectiva Pikleriana. Nele, a abordagem e os princípios da Dra. Emmi Pikler são aplicados para que você se torne um profissional especializado nessa prática de respeito e cuidado com as crianças. 

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